O presidente da Câmara de Valpaços, Francisco Tavares (PSD), revelou hoje à Lusa que deverá abandonar o cargo em final de dezembro "por entender ser a altura indicada para o fazer".
"Optei, por decisão própria, abandonar as funções de presidente do executivo camarário antes do tempo, no final de dezembro, ", disse.
O social-democrata, no comando da autarquia há 27 anos, explicou não ter motivos "especiais" para abandonar o cargo, simplesmente achou que devia fazê-lo porque há "outros" capazes e com motivação para ocupar as suas funções.
Neste momento, considerou Francisco Tavares, é tempo de dar espaço a pessoas competentes para se poderem afirmar, apresentar projetos e criar uma estrutura forte para concorrer ao município e ganhar as eleições em prol do bem-estar da população valpacense.
"Não quero condicionar a vontade de ninguém e a minha continuidade na presidência, apesar de não ser nefasta, poderia faze-lo e não quero ", realçou.
Por isso, até às eleições autárquicas de 2013, o seu substituo será o número dois, António Joaquim de Medeiros, com o cargo de vereador, tal como estipula a lei.
Francisco Tavares assume que sai com muita nostalgia pelo tempo que passou no executivo, mas com a mesma dignidade e humildade com que entrou.
Acrescentando ainda que sai satisfeito com a obra feita e com a sensação de dever cumprido.
Depois de 27 anos, o autarca salienta que a evolução e o desenvolvimento do concelho são visíveis, assim como a melhoria do nível de vida dos cidadãos.
"O maior reconhecimento das pessoas foi o voto de confiança que depositaram em mim, mandato após mandato", disse.
O edil considerou que as obras que fez, tal como o saneamento, arranjos urbanísticos, eletrificação das aldeias rurais, construção de centros de dia/noite, rede de transportes escolares, espaços culturais e escolares, tornaram o município um "sitio agradável" para viver.
A "vitória" da manutenção do Tribunal de Valpaços, que numa das propostas do mapa judiciária aparecia como um dos palácios de justiça a encerrar, também marcou pela positiva o final do seu mandato.
Neste momento, o social-democrata garante não ter planos para o futuro, nem qualquer "lugar à espera", mas continuar na política deve ser "quase" uma certeza.
"Quem está na política há tantos anos não se pode afastar assim, mas a nível local não assumo qualquer cargo, agora regional ou nacional não digo não. Vamos ver o que o futuro me reserva", salientou.